5 de setembro de 2025
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Correios suspendem R$ 2,75 bilhões em pagamentos por falta de caixa

Correios suspendem R$ 2,75 bilhões em pagamentos por falta de caixa

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos anunciou a suspensão do pagamento de R$ 2,75 bilhões em obrigações financeiras como forma de preservar sua liquidez diante da pior crise enfrentada nos últimos anos. A informação consta em documentos internos divulgados em julho de 2025 e sinaliza uma situação crítica para a estatal.

Obrigações suspensas

O montante congelado envolve compromissos com fornecedores, tributos, repasses a planos de saúde, benefícios trabalhistas e contribuições previdenciárias. Veja a divisão:

  • INSS Patronal: R$ 741 milhões
  • Fornecedores: R$ 652 milhões
  • Plano Postal Saúde: R$ 363 milhões
  • Remessa Conforme (tributação de encomendas internacionais): R$ 271 milhões
  • Vale-refeição/alimentação: R$ 238 milhões
  • PIS/Cofins: R$ 208 milhões
  • Postalis (fundo de pensão): R$ 138 milhões
  • Franqueadas: R$ 135 milhões

Por que os pagamentos foram suspensos?

Segundo a direção dos Correios, a suspensão tem como objetivo evitar o colapso financeiro da empresa. O fluxo de caixa está comprometido após 11 trimestres consecutivos de prejuízo, com um rombo de R$ 1,7 bilhão apenas no 1º trimestre de 2025.

“A suspensão temporária das obrigações busca garantir o funcionamento mínimo da operação enquanto medidas de reestruturação são estudadas”, afirma o documento interno da estatal.

Causas da crise

A crise nos Correios foi agravada por vários fatores:

  • Queda no volume de remessas internacionais após a “taxa das blusinhas”, que reduziu a demanda por entregas da Ásia.
  • Perdas de receita de R$ 2,16 bilhões em 2024, segundo auditoria independente.
  • Elevados custos operacionais e baixa modernização dos serviços.
  • Prejuízo acumulado de mais de R$ 3,2 bilhões nos últimos dois anos.

Impactos da suspensão

A medida impacta diretamente:

  • Credores e fornecedores, que podem interromper contratos e serviços.
  • Funcionários e terceirizados, que aguardam benefícios como vale-alimentação.
  • Planos de saúde e previdência (Postal Saúde e Postalis), que podem ter dificuldade de operação.
  • Receita Federal, já que tributos como INSS e PIS/Cofins não estão sendo repassados.

O que dizem os Correios

A estatal informou que 53% do valor suspenso pode incorrer em multas e juros, mas garantiu que as operações seguem normalmente. Ainda assim, não descartou a possibilidade de renegociações com o governo federal e outras medidas emergenciais.

Perspectivas e saídas

Para reverter o cenário, os Correios devem adotar ações como:

  • Corte de despesas e revisão de contratos.
  • Renegociação de dívidas com a União.
  • Modernização tecnológica e ampliação de parcerias privadas.
  • Campanhas para reconquistar o mercado de encomendas e logística.

Conclusão

A suspensão de R$ 2,75 bilhões em pagamentos revela a fragilidade financeira dos Correios e exige atenção do governo e da sociedade. Sem ações urgentes, o risco de colapso operacional pode se tornar realidade.

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