
INSS abre processos contra 12 entidades acusadas de fraudes em descontos indevidos
05 de maio de 2025 — O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abriu processos administrativos contra 12 entidades acusadas de promover descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. As investigações fazem parte da operação “Sem Desconto”, coordenada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Associações sob investigação
As entidades alvo dos processos administrativos são:
- AMBEC
- CBPA
- CAAP
- APDAP Prev
- ASABASP
- AAPEN
- AAPPS
- AAPB
- ASBRAPI
- CEBAP
- UNASPUB
- APBrasil
Seis dessas entidades já eram investigadas pela PF. Todas integram a lista de 31 associações suspeitas de aplicar descontos não autorizados diretamente na folha de pagamento dos beneficiários do INSS, com justificativas como “contribuições associativas” e “serviços jurídicos”.
Esquema fraudulento: mais de R$ 6 bilhões desviados
Segundo a PF, o esquema é considerado um dos maiores escândalos da história da Previdência, com um prejuízo estimado em R$ 6 bilhões. O dinheiro era retirado diretamente das aposentadorias e pensões sem autorização formal dos segurados.
A apuração revelou que entre 2018 e 2025, os envolvidos adquiriram ao menos 47 imóveis avaliados em cerca de R$ 35 milhões, com recursos desviados dos beneficiários.
Operação “Sem Desconto” e novas proibições
A operação deflagrada pela PF resultou no bloqueio de bens e no impedimento de que as entidades realizem novos descontos na folha dos aposentados. Além disso, os dados serão cruzados com a Dataprev para aprimorar a segurança digital dos sistemas do INSS.
Demissão do ministro Carlos Lupi
O escândalo provocou a queda do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que deixou o cargo em 2 de maio. A pressão política aumentou após a revelação de que os esquemas fraudulentos persistiam há anos, mesmo com alertas de auditores do TCU e do Ministério Público.
“A farra dos descontos indevidos precisa acabar. Aposentados estão sendo explorados por organizações que deveriam protegê-los”, declarou um representante da CGU.
O que acontece agora?
Com a abertura dos processos administrativos, as entidades podem ser punidas com multa, descredenciamento junto ao INSS e responsabilização civil e criminal. O governo também planeja enviar ao Congresso um projeto de lei para restringir severamente esse tipo de desconto em contracheques.
A expectativa é que outras entidades sejam investigadas nas próximas fases da operação. O INSS afirma que está comprometido em reparar os prejuízos aos beneficiários lesados e que os valores cobrados indevidamente serão estornados.
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