
EUA e Ucrânia firmam acordo histórico de minerais: recado direto à Rússia
Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram um pacto estratégico para explorar em conjunto 57 minerais considerados críticos para a economia global e para a transição energética. O acordo, anunciado em Washington em 1º de maio de 2025, é parte de um esforço para reconstruir a economia ucraniana, enfraquecer a influência russa e consolidar a integração de Kiev ao Ocidente.
O que diz o acordo
O documento foi assinado entre a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, e o chefe da agência DFC (International Development Finance Corporation), Scott Nathan. Entre os principais pontos estão:
- Criação de um fundo de investimentos para exploração e processamento de minerais críticos como lítio, grafite, níquel, alumínio, petróleo e gás natural.
- Lucros dos primeiros 10 anos destinados à reconstrução da infraestrutura ucraniana.
- Administração do fundo por empresas privadas com garantias públicas dos EUA para atrair investidores.
- Objetivo de tornar a Ucrânia referência global em mineração sustentável.
Por que esses minerais são estratégicos?
Esses recursos são essenciais para o futuro energético e tecnológico:
- Lítio: usado em baterias para carros elétricos e dispositivos móveis.
- Grafite: insumo crítico em baterias e refratários industriais.
- Alumínio: vital na construção civil, setor aeroespacial e embalagens.
- Petróleo e gás: ainda são pilares energéticos em grande parte do mundo.
Contexto geopolítico: um desafio à Rússia
Desde a anexação da Crimeia em 2014 e a invasão da Ucrânia em 2022, a Rússia vem explorando ilegalmente minas em áreas ocupadas. Este acordo reforça o controle ucraniano sobre seu território e seus recursos naturais.
Segundo a CNN, a iniciativa é também um “sinal direto à Rússia” de que os EUA permanecerão ao lado da Ucrânia, tanto militar quanto economicamente. A presença norte-americana no setor mineral pressiona Moscou e reduz sua influência na cadeia global de suprimentos.
Mapeamento da importância estratégica
Abaixo, um mapa conceitual que ajuda a entender a conexão:
- Minérios estratégicos → Revolução energética global
- Investimento americano → Reconstrução da Ucrânia
- Controle soberano → Pressão sobre Rússia e independência energética
- Integração com UE/OTAN → Segurança regional e aliança geopolítica
Histórico da aliança EUA-Ucrânia
Após o início da guerra em 2022, os EUA se tornaram o principal financiador militar e econômico da Ucrânia. Com mais de US$ 113 bilhões em ajuda direta, Washington fortaleceu seu papel como protetor do governo de Zelensky.
Esse novo pacto marca uma transição da ajuda emergencial para um modelo de investimento de longo prazo, voltado para o crescimento econômico sustentável e a independência ucraniana.
Impacto na reconstrução e no emprego
A vice-premiê Yulia Svyrydenko destacou que a expectativa é gerar milhares de empregos diretos no setor mineral e impulsionar indústrias ligadas à metalurgia, energia e transporte.
“Queremos transformar a Ucrânia não apenas em um campo de batalha, mas em um polo de inovação e recuperação econômica” — Yulia Svyrydenko
Relação com União Europeia e OTAN
O pacto fortalece os laços com a União Europeia, que já considera a Ucrânia uma candidata formal à adesão. A cooperação econômica também facilita a padronização de normas ambientais e trabalhistas exigidas pelo bloco.
Na esfera de segurança, o envolvimento dos EUA neste setor aproxima ainda mais a Ucrânia da OTAN, mesmo sem uma adesão formal até o momento.
Reações internacionais
Kremlin: classificou o acordo como “ingerência externa nos recursos de uma nação em guerra”. A Rússia vê na medida uma tentativa ocidental de explorar a fragilidade econômica de Kiev.
União Europeia: elogiou a parceria e prometeu ampliar investimentos em infraestrutura para escoamento dos minérios produzidos.
China: observou com cautela, já que também possui interesse em minerais ucranianos, sobretudo lítio e grafite.
Imagens oficiais do acordo

Assinatura formal do pacto em Washington.

Scott Nathan e Yulia Svyrydenko firmam aliança estratégica.
Este acordo representa uma virada estratégica na reconstrução da Ucrânia, agora baseada em riqueza natural, tecnologia e parcerias internacionais. Mais do que um tratado comercial, é um símbolo da resistência ucraniana e do realinhamento geopolítico global. Ao garantir acesso a recursos vitais para o futuro energético, os EUA também asseguram influência duradoura no Leste Europeu.
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