
Crise no Congresso, Governo Lula e Reforma Tributária — O Cenário Político Atual do Brasil em 2025
O cenário político brasileiro em 2025 vive um dos seus momentos mais turbulentos dos últimos anos. O Governo Lula enfrenta uma crise no Congresso Nacional, dificuldades para aprovar projetos estratégicos, embates em torno da Reforma Tributária, além de polêmicas recentes que movimentam o debate público e os bastidores de Brasília.
Crise no Congresso e a Instabilidade Política
Nas últimas semanas, o Congresso Nacional tem sido palco de disputas intensas entre governo e oposição. Divergências sobre pautas econômicas e sociais, além de embates envolvendo a base aliada, aumentaram a instabilidade política.
Parlamentares da oposição têm dificultado a votação de projetos do Executivo, enquanto aliados do presidente Lula cobram maior articulação política e espaço nas decisões do governo.
Reforma Tributária: O Principal Desafio do Governo Lula
A Reforma Tributária continua sendo o grande desafio do governo em 2025. A proposta visa simplificar impostos, combater a desigualdade fiscal e estimular o crescimento econômico. No entanto, enfrenta forte resistência de setores empresariais, estados e municípios, que temem perdas de arrecadação.
O Governo Lula tenta costurar acordos para aprovar as mudanças ainda este ano, mas o cenário é de incerteza, principalmente após o avanço de emendas que desfiguram pontos centrais da proposta original.
CPIs em Andamento e Pressão Sobre o Governo
Além da crise no Congresso, o Governo Lula também lida com Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que investigam supostas irregularidades em contratos públicos e casos de corrupção envolvendo empresas ligadas ao poder público.
As CPIs geram desgaste político e têm potencial para impactar diretamente a imagem do governo junto à opinião pública.
Projeções para as Eleições 2026
Com as eleições presidenciais de 2026 se aproximando, os partidos já se articulam nos bastidores. A crise política atual pode influenciar diretamente o cenário eleitoral, fortalecendo nomes da oposição ou abrindo espaço para novas alianças.
O ex-presidente Jair Bolsonaro segue como uma figura de influência, enquanto governadores e líderes do Centrão se movimentam em busca de protagonismo nacional.
Nova Medida Provisória e Polêmicas Recentes
Recentemente, o Governo Lula editou uma nova Medida Provisória relacionada ao novo regime fiscal, buscando conter gastos públicos e estabelecer regras mais rígidas para o orçamento. No entanto, a proposta gerou críticas de setores da esquerda e de movimentos sociais, que temem cortes em áreas sensíveis como saúde e educação.
As polêmicas recentes se somam a um ambiente político já polarizado e de alta volatilidade.
O que se espera?
O cenário político do Brasil em 2025 é marcado por desafios complexos e um clima de tensão constante. A crise no Congresso, as dificuldades em aprovar a Reforma Tributária, as CPIs em andamento e as disputas eleitorais que já começam a se desenhar indicam que os próximos meses serão decisivos para o futuro do Governo Lula e para o país.
Paraguai convoca embaixador do Brasil no país e cobra explicações sobre monitoramento da Abin
Funcionário da Abin relatou à PF suposta invasão aos sistemas do governo paraguaio. Ação tinha como objetivo obter dados sigilosos sobre valores em negociação de Itaipu, segundo o depoimento.
Por Márcio Falcão, Isabela Camargo, Lucas Salomão, Ana Flávia Castro, TV Globo e g1 — Brasília01/04/2025 14h59 Atualizado há uma hora

O governo do Paraguai anunciou, nesta terça-feira (1º), que convocou o embaixador do Brasil no país, José Antônio Marcondes, para cobrar explicações sobre o monitoramento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a sistemas do governo paraguaio.
Um funcionário da Abin afirmou em depoimento à Polícia Federal que a atual gestão do órgão teria mantido operações de invasão hacker a sistemas do governo do Paraguai e de autoridades envolvidas nas negociações da usina de Itaipu.
O depoimento faz parte da investigação sobre uma suposta estrutura paralela existente na agência de inteligência (entenda mais abaixo).
De acordo com o depoimento, a ação tinha como objetivo obter dados sigilosos sobre valores em negociação no Anexo C do Tratado de Itaipu.
Em coletiva de imprensa, o chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez, afirmou que as autoridades do país classificam o tema como “delicado” e disseram que o Brasil precisa explicar qual foi o resultado da interferência.
“Convocamos o embaixador do Brasil no Paraguai, José Antônio Marcondes, para que ele ofereça explicações detalhadas sobre a ação de inteligência conduzida pelo Brasil, mediante a entrega de uma nota oficial que explique detalhadamente as ações desenvolvidas no marco dessa ordem, que foi colocada em prática pelo governo do Brasil”, afirmou o chanceler paraguaio.
O líder da equipe técnica paraguaia que toca as negociações com o Brasil no âmbito do acordo de Itaipu (entenda aqui), ministro de Indústria e Comércio, Javier Giménez García de Zúñiga, afirmou que os debates sobre o tema estão suspensos até que a questão seja esclarecida.
“Está claro através do comunicado do governo brasileiro de que houve uma ordem para a Abin realizar essas medidas de inteligência. O governo do Paraguai está pedindo explicações. Ao mesmo tempo que se suspendem de forma indefinida as negociações do anexo C porque temos que restituir aquilo que é fundamental para a relação que é a confiança.”

Monitoramento da Abin
A Polícia Federal abriu inquérito nesta segunda-feira (31) sobre um possível vazamento de informações da investigação que apura se existia uma Abin paralela que teria usado serviços de inteligência para ações ilícitas.
No depoimento, o funcionário da Abin afirmou que a atual gestão da agência manteve operações de invasão hacker a sistemas governamentais do país vizinho, inclusive do Congresso, da Presidência da República e de autoridades envolvidas nas negociações da usina de Itaipu.
As informações foram publicadas pelo portal UOL. A TV Globo teve acesso a trechos do depoimento.
De acordo com o depoimento, a ação tinha como objetivo obter dados sigilosos sobre valores em negociação no Anexo C do Tratado de Itaipu.
O servidor disse que o ataque começou ainda no governo Jair Bolsonaro, mas que continuou durante o governo Lula, com autorização expressa do atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e do diretor interino Saulo de Cunha Moura, que ocupou o cargo em março de 2023.
Em nota, o governo Lula disse que interrompeu a ação assim que ficou sabendo dela, em março de 2023.
Anexo C do Acordo de Itaipu
O governo está em negociações com o Paraguai sobre o Anexo C, uma parte do acordo de construção de Itaipu que define as condições de comercialização da energia gerada.
A expectativa é que, com a renegociação do anexo C, o Paraguai possa vender o excedente de energia gerada pela usina no mercado livre.
Com a renegociação, o governo pretende dar fim à obrigação de compra da energia de Itaipu pelas distribuidoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste — chamadas de “cotistas”.
O objetivo é que as distribuidoras não sejam mais obrigadas a adquirir a energia do Paraguai a partir do final de 2026.